Conforme ressalta o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio do escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, a recuperação judicial deixou de ser apenas um mecanismo para afastar a falência e passou a ser um momento estratégico para repensar o negócio. Uma vez que a crise pode ser usada para revisar processos, corrigir rumos e aproximar a empresa de boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Dessa maneira, quando o empresário olha para dívidas, gestão e impacto socioambiental ao mesmo tempo, cria condições mais sólidas para retomar a competitividade. Com isso em mente, neste artigo, veremos como alinhar sustentabilidade e recuperação judicial de forma prática, com foco na realidade de empresas e produtores rurais.
Como a recuperação judicial se conecta ao ESG?
A recuperação judicial é o procedimento previsto em lei que permite ao empresário em crise apresentar um plano para reorganizar dívidas, preservar a atividade e evitar a falência. De acordo com o Dr. Lucas Gomes Mochi, também sócio do escritório, na prática, isso significa ganhar tempo, suspender execuções e renegociar obrigações sob supervisão do Judiciário. Então, para quem administra uma indústria, um comércio ou uma fazenda, esse período é a chance de colocar documentos em ordem, revisar contratos e ajustar a operação para voltar a gerar caixa.
Segundo Rodrigo Pimentel Advogado, quando a empresa aproveita essa fase para implantar medidas de governança, transparência e responsabilidade socioambiental, o plano ganha mais credibilidade perante credores e juízo. Portanto, relatórios objetivos, atenção às normas ambientais e cuidado com a equipe demonstram que o devedor não está apenas adiando problemas, mas buscando uma base mais segura para continuar operando.
Quais práticas ESG podem fortalecer a recuperação judicial?
A integração entre recuperação judicial e ESG começa por decisões de gestão relativamente simples, mas consistentes. Logo, mesmo com orçamento apertado, é possível adotar medidas que melhorem a imagem da empresa, reduzam riscos jurídicos e apoiem o cumprimento do plano de reestruturação. Entre as iniciativas que podem ser adotadas estão:
- Revisão de contratos relevantes, buscando condições mais equilibradas e adequadas à nova capacidade de pagamento;
- Melhoria da gestão ambiental, com descarte correto de resíduos, uso racional de água e energia e atenção às licenças exigidas;
- Reforço das condições de trabalho, com foco em segurança, treinamentos básicos e prevenção de passivos trabalhistas;
- Implementação de rotinas mínimas de governança, como registro de decisões, controle de caixa e reuniões periódicas de acompanhamento.
Depois de incorporadas ao dia a dia, essas práticas podem constar no plano de recuperação judicial e nos relatórios apresentados ao juízo. Como destaca o Dr. Lucas Gomes Mochi, esse tipo de postura transmite seriedade e ajuda a reduzir a desconfiança de bancos, fornecedores e investidores, que passam a enxergar uma gestão mais estruturada e comprometida com o longo prazo.
A recuperação judicial sustentável como uma oportunidade estratégica
Em última análise, alinhar a recuperação judicial com as práticas ESG significa transformar a crise em oportunidade de reposicionamento. Assim, em vez de tratar o processo apenas como uma defesa contra credores, o empresário que incorpora boas práticas ambientais, sociais e de governança fortalece a confiança de quem financia o negócio e protege o próprio patrimônio, conforme frisa Rodrigo Pimentel Advogado. Desse modo, o uso estratégico da recuperação judicial, combinado com ajustes consistentes na gestão, permite que a empresa saia do processo mais organizada do que entrou.
Ao adotar essa visão, o empreendedor não busca atalhos, mas uma reconstrução responsável da atividade. Isto posto, para muitos negócios e propriedades rurais, essa pode ser a diferença entre apenas sobreviver à recuperação judicial ou consolidar um futuro mais seguro e alinhado às exigências do mercado.
Autor: Romanov Brown